Únicas
peças do acervo índígena do Museu Nacional estão em Brasília
As peças estão em exposição no Memorial dos Povos
Indígenas
Publicado
em 08/09/2018 - 12:00
Por Agência
Brasil Brasília
As únicas peças que restaram de
coleção do acervo antropológico do Museu Nacional do Rio de Janeiro estão em
exposição, em Brasília, até o dia 16 de dezembro. A exposição Índios: Os
Primeiros Brasileiros, em exibição no Memorial dos Povos Indígenas, reúne,
segundo o curador da mostra João Pacheco, a única coleção restante do acervo
antropológico de mais de 40 mil peças do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista,
no Rio de Janeiro, consumido pelo incêndio de domingo passado (2). O incêndio
destruiu a maior parte do seu acervo de 20 milhões de peças.
As peças não se perderam porque
já estavam em exposição desde o dia 29 de agosto no Memorial dos Povos
Indígenas. Entre os itens expostos, há uma série de imagens dos raríssimos
Mantos Tupinambás e um conjunto de praiás (vestimentas rituais) do povo
indígena Pankararu, maracás, arcos e flechas, cocares, todos de povos indígenas
do Nordeste, como os Xucuru, Kiriri, Tupinambá e Fulniô.
Exposição Índios: Os Primeiros Brasileiros, no
Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília - Valter Campanato/Agência Brasil
O professor de antropologia da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e curador da exposição João
Pacheco comemora a sorte em ter os objetos integrando uma mostra fora do Rio.
“Se o material não estivesse nessa exposição, provavelmente teria sido
destruído também com o restante da coleção. É o que resta de memória das
atividades antropológicas do Museu Nacional", disse.
Pacheco disse que a coleção em
exposição foi reunida por ele dentro de um projeto de pesquisa. “O aspecto
muito triste é que essa é a única coleção que restou de todo o acervo do Museu
Nacional. Todo material foi destruído, todo nosso acervo. Quarenta mil peças de
todos os povos indígenas do Brasil, peças de mais de 100 anos, recolhidas por
viajantes no tempo do Brasil Império, peças mais recentes, material do Brasil,
África e Oceania. Material arqueológico muito precioso também foi perdido”,
destacou.
Segundo o professor, algumas
peças que não vieram para Brasília ficaram guardadas em um galpão anexo ao
museu. “Essas peças também se salvaram”, disse.
Exposição Índios: Os Primeiros Brasileiros, no
Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília - Valter Campanato/Agência Brasil
Entre as peças em exposição,
Pacheco destaca os praiás, que representam seres encantados para os índios
Pankararu. “Os seres encantados ocupam essas regiões e vêm para participar das
festas dos indígenas. São figuras referenciais para a vida dos Pankararu. Eles
usam como usamos o crucifixo. É um elemento de proteção do corpo e da vida de
cada um dos indígenas Pankararus”, explicou.
As imagens e documentos expostos
permitem que o público viaje pela história do Brasil e dos povos indígenas. A
maior parte do acervo traz registros sobre os povos da Região Nordeste e
retrata a colonização, as narrativas indígenas e os desafios atuais.
A exposição já foi vista por um
público estimado em mais de 230 mil visitantes de seis cidades: Recife, 2006 e
2007; Fortaleza, 2008; Rio de Janeiro, 2010; Córdoba-Argentina, 2013; Natal,
2014; e Salvador, 2016-2017.
Serviço:
Horários de visitação : aberto para visitação de 29
de agosto a 16 de dezembro, de terça-feira a sexta-feira, das 9h às 17h.
Sábados e domingos das 10h às 17h.
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Edição: Fernando
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