quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Arquivos historicos



Instituto Moreira Salles adquire arquivo dos Diários Associados






  • 25/10/2016 22h54
  • Rio de Janeiro
Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil
Detentor de importantes acervos autorais de fotógrafos e artistas brasileiros, o Instituto Moreira Salles (IMS) acaba de ampliar seu trabalho de preservação nessa área para a fotografia de caráter jornalístico. A instituição acaba de adquirir o arquivo de três antigos jornais cariocas que pertenceram à cadeia Diários Associados, império de comunicação criado por Assis Chateaubriand (1892-1968),  dobrando, de 1 milhão para 2 milhões de imagens, o seu acervo fotográfico.

O grupo, que não mais edita jornais na cidade do Rio de Janeiro, estava à procura de uma instituição que cuidasse bem do acervo e o IMS manifestou seu interesse em acomodar a coleção. O arquivo reúne fotos produzidas para  O Jornal, criado em 1919, comprado por Assis Chateaubriand em 1924 e que circulou até 1974, Diário da Noite, fundado por Chatô em 1929 e editado até 1964, e Jornal do Commercio, lançado em 1827, incorporado aos Diários Associados em 1957 e publicado até abril deste ano.

Guardado há três anos em um prédio no bairro de São Cristóvão, na região central do Rio, o acervo será transferido no próximo mês para a Reserva Fotográfica do IMS, na Gávea, zona sul da cidade. O material - cerca de 300 mil negativos e 700 mil imagens em papel - está bem mantido e organizado como um arquivo de jornal.

Na avaliação do IMS, o conjunto de imagens mais representativo deve ser o que corresponde ao período entre 1930 e 1970, quando o grupo Diários Associados foi muito ativo e manteve a agência de notícias Meridional, para atender aos jornais e às revistas que publicava, a principal delas O Cruzeiro.

Para o coordenador de fotografia do IMS, Sergio Burgi, as imagens que estão nesse tipo de arquivo transcendem, em muito, o que foi publicado nos jornais. “Os arquivos têm um material superior ao que está nas páginas impressas, uma visão mais rica e ampliada. Se os arquivos não são preservados, perdem-se esse material e essa riqueza”, disse.

Entre as imagens que se destacam nos acervos, há importantes conjuntos que retratam o universo cultural carioca – música, teatro, carnaval –, além de figuras políticas, como Getúlio Vargas, Carlos Lacerda e outras personalidades que fizeram a história do século 20. “Há um material muito interessante de esportes, por exemplo, com a documentação da viagem da seleção brasileira de 1938”, disse Burgi.

Desde 1995, o Instituto Moreira Salles vem atuando na formação e na preservação de seu acervo fotográfico, iniciado com as coleções Gilberto Ferrez e de Pedro Corrêa do Lago, dedicadas ao século 19. O acervo foi enriquecido depois com a coleção do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, com imagens da década de 1930, e a de Marcel Gautherot, que retrata o Brasil das décadas de 1940 a 1980.
Edição: Fábio Massalli



sábado, 1 de outubro de 2016

Produção local



Festival mostra 30 filmes produzidos por moradores de favelas do Rio
  • 29/09/2016 13h15
  • Rio de Janeiro





Da Agência Brasil
Uma mostra com 30 filmes produzidos por moradores de favelas do Rio de Janeiro começou hoje (29) no Cine Teatro Eduardo Coutinho (Cine Manguinhos), em Manguinhos, na zona norte da capital. A Mostra de Filmes Imagens e Complexos, que vai até domingo (2), exibe produções que abordam temas como o cotidiano da periferia, a violência e a relação da favela com a cidade como um todo.

Além da exibição de filmes, também serão realizados debates. Segundo a coordenadora da m ostra, Fabiana Melo Sousa, a iniciativa busca a integração entre o público, os produtores e os filmes. Fabiana destacou a grande oportunidade que é para os produtores veicularem suas obras em uma sala de cinema.

“Nas favelas há muitos produtores, e dos bons. Muitos deles produzem e depois jogam seu conteúdo na internet, mas lá é um ‘buraco negro’. Não dá para saber o destino daquela obra. Então, com a mostra, eles poderão sentir a sensação de ter o seu trabalho exibido em uma sala de cinema com lotação de 202 pessoas. Para eles, que em sua grande maioria fazem um trabalho independente, é um grande orgulho e uma grande oportunidade”.

Fabiana disse que a expectativa é de salas lotadas durante os dias de programação. “Fizemos parceria com escolas públicas da região que trarão seus alunos para cá. É uma oportunidade para essas crianças verem o quão talentosos são os moradores das comunidades e sentirem-se capazes de trilhar o mesmo caminho”.

Os preços são R$ 8,00 (inteira) e R$ 4,00 a meia para todos os casos previstos em lei e ainda para os moradores das comunidades de Manguinhos e Jacarezinho que apresentarem uma conta de luz, além dos sócios das Bibliotecas-Parque da SEC. A programação pode ser conferida no site da mostra.

O Cine Manguinhos é o primeiro cinema a ser inaugurado no bairro e tem 202 lugares.
Edição: Graça Adjuto