terça-feira, 8 de junho de 2021

países que demoram a adotar o 5G começam a perder a competitividade.

 'Países que demoram a adotar o 5G começam a perder competitividade'

'Países que demoram a adotar o 5G começam a perder competitividade'


O fornecimento de redes e antenas para o 5G é o principal negócio da Nokia. Com 165 contratos já fechados, ela disputa a liderança global do mercado de equipamentos com a sueca Ericsson

Lembrada pelos celulares "tijolões e indestrutíveis" da década de 2000, a finlandesa Nokia, que vendeu sua divisão de smartphones e hoje recebe apenas os royalties pela cessão da marca, está agora concentrada na implementação do 5G ao redor do mundo e, em breve, também no Brasil. O fornecimento de redes e antenas para o 5G é o principal negócio da Nokia. Com 165 contratos já fechados, ela disputa a liderança global do mercado de equipamentos com a sueca Ericsson, que tem 139, e a chinesa Huawei, com 92 - no caso da Huawei, o dado é do fim de 2019, pois a empresa deixou de atualizar o número depois que sofreu restrições em diversos países, como Estados Unidos e Reino Unido.

 

Em paralelo, a Nokia tem o desafio de aumentar a eficiência. Em março, a matriz determinou que suas filiais cortem entre 5 mil e 10 mil postos de trabalho até 2023, para economizar até 700 milhões de euros.

Por aqui, a determinação terá pouco impacto, pois as operações já são enxutas, afirma o executivo-chefe da empresa no Brasil, Ailton Santos, em entrevista ao Estadão/Broadcast. A Nokia tem escritórios em São Paulo, Rio e Curitiba, além de hubs em Sorocaba e Barueri (SP) para produção e distribuição de equipamentos. Emprega 3 mil pessoas direta e indiretamente.

O executivo projeta uma injeção de US$ 1,5 trilhão à economia brasileira em 15 anos a partir do 5G. Embora não haja uma data para o leilão, o País continua dentro de um prazo sadio para ativar o 5G, na sua avaliação, mas não pode descumprir o edital da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Confira a seguir os principais trechos da entrevista:

Quais serão os impactos da reestruturação global no Brasil?

A reestruturação é positiva para a Nokia como um todo. Não vejo como uma simples redução de pessoas, mas sim como uma reorganização para sermos mais eficientes e atender melhor tanto clientes quanto acionistas. No Brasil, o impacto é mínimo, pois já vínhamos fazendo o trabalho de forma enxuta.

Quantos contratos de 5G a Nokia tem?

Temos por volta de 165 contratos globais. Fornecemos para as maiores operadoras do mundo. Atendemos às quatro maiores nos Estados Unidos, às três maiores da Coreia do Sul e do Japão, acabamos de ganhar um contrato na Suécia. Somos os líderes mundiais em patentes essenciais no 5G, com mais de 3.500 registros.

Há contratos no Brasil?

No Brasil não temos contratos de 5G, até porque ainda não tivemos o leilão. Mas estamos na América Latina, como Antel Uruguay, Star Aruba, CNT Ecuador e Telecom Argentina.

Qual será o ‘efeito 5G’ para a economia?

Em um estudo da Nokia com a Omdia sobre o impacto do 5G no Brasil nos próximos 15 anos, a conclusão é que veremos um ganho de produtividade de US$ 1,5 trilhão. Isso equivale a 1% (de ganho) no PIB brasileiro por ano daqui para frente.

Tem um exemplo de como veremos esse bolo crescer?

Imagine uma fazenda que tem precisão em todas as mediações dos seus insumos e processos. Com 5G, ela será super produtiva no uso de sementes, fertilizantes, água etc. Esses ganhos de produtividade vão se somando até o consumo pelas pessoas físicas. O efeito disso sobre toda a cadeia produtiva fará com que países que demorem muito a adotar o 5G comecem a perder competitividade interna e externa. Isso porque o desenvolvimento das aplicações para melhorar a produtividade só será possível a partir da disponibilidade da infraestrutura. Portanto, o tempo é fundamental.

O Brasil está atrasado na realização do leilão do 5G?

Não acho que estamos atrasados. Ainda estamos em um timing bom, desde que a gente consiga cumprir minimamente os prazos previstos na implementação da infraestrutura.

Qual é a sua expectativa de prazos para o leilão do 5G?

São variáveis que não controlamos. Para não ficarmos parados, desenvolvemos parcerias para testes de uso do 5G. Temos laboratórios em São Paulo e Curitiba, parcerias com universidades, centros de pesquisa e Sebrae, entre outros. Estamos formando pessoal e desenvolvendo aplicações. A ideia é ganhar tempo.

Que tipos de experimentos em 5G a Nokia tem feito?

Fizemos uma demonstração recente para o governo federal e para o Congresso, em Brasília, com foco na telemedicina. Este será um dos primeiros setores a adotar o 5G. Montamos um mini hospital com robôs fazendo entrega de remédios e descarte de lixo tóxico, mostramos a possibilidade de telemetria real de UTI, uso de holograma para cirurgia a distância ou treinamento de estudantes.

O sr. considera acertada a exigência da Anatel do padrão standalone, isto é, uma rede inteiramente de nova geração?

Faz sentido. Como o standalone oferece menor latência, atende a um novo segmento de indústrias que não poderiam ser endereçadas de outra forma (pois precisam de respostas rápidas, como carros autônomos ou cirurgias por robôs). Para o consumidor final, não é tão importante, a não ser em casos como o setor de games.

Como o senhor avalia a restrição à Huawei nos EUA?

Muitos países, ao discutir o 5G, não tocam apenas no contexto dos equipamentos, mas também em accountability (responsabilização). Nós somos uma empresa listada na bolsa, o que permite responsabilização na questão societária. Temos sede em país democrático, com Poderes livres, que são instrumentos de responsabilização.

Noticias:https://www.noticiasaominuto.com.br/economia/1810797/paises-que-demoram-a-adotar-o-5g-comecam-a-perder-competitividade

segunda-feira, 7 de junho de 2021

jogadores da seleção brasileira decidem jogar copa américa.

 Após saída de Caboclo, jogadores da seleção decidem disputar Copa América


Após saída de Caboclo, jogadores da seleção decidem disputar Copa América

A possibilidade de boicote chegou a ser ventilada quando Rogério Caboclo ainda era o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol)


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Jogadores da seleção brasileira e a comissão técnica decidiram que irão jogar a Copa América no Brasil, com início em 13 de junho.

A possibilidade de boicote chegou a ser ventilada quando Rogério Caboclo ainda era o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol).

O dirigente foi afastado do cargo por 30 dias após ser acusado de assédio sexual por sua secretária na entidade.

O grupo, no entanto, ainda divulgará um manifesto contrário a realização do evento no país devido ao recrudescimento pandemia de Covid-19.

A ideia inicial era de publicar o texto após o jogo das Eliminatórias contra o Paraguai, nesta terça (8), mas ainda não há um consenso. Há quem defenda na delegação tornar o documento público antes da partida, ainda nesta segunda (7).

Desde o anúncio da Conmebol de que a Copa América seria disputada no Brasil, depois de ter sido rejeitada pela Argentina e a Colômbia, os jogadores se rebelaram. Na sexta (4), o capitão Casemiro afirmou que a posição do elenco e da comissão técnica sobre o evento era unânime e de conhecimento público, deixando subentendido que o grupo é contrário à realização do torneio.

"Não podemos falar do assunto. Todo mundo já sabe do nosso posicionamento. Mais claro impossível. O Tite deixou claro para todo mundo o que nós pensamos da Copa América. Existe respeito e hierarquias que respeitamos. Claro que queremos dar a nossa opinião, rolou muitas coisas", contou o jogador, em entrevista à TV Globo, ainda no gramado do Beira-Rio.

Na ocasião, ele disse que os jogadores e a comissão técnica tornariam pública a posição sobre o torneio nesta terça. Foi Tite quem deu apoio às decisões do elenco, mas pediu que só se posicionasse depois da partida contra o Paraguai.

Na noite daquela sexta, Caboclo teria ido ao vestiário e deixado a situação ainda mais complicada. Mais cedo, o GE publicou que uma funcionária da CBF fez denúncias contra o cartola. Ela o acusa de assédio moral e sexual, e os relatos foram feitos à Comissão de Ética e Diretoria de Governança e Conformidade da instituição.

Noticias:https://www.noticiasaominuto.com.br/esporte/1811302/apos-saida-de-caboclo-jogadores-da-selecao-decidem-disputar-copa-america


sexta-feira, 4 de junho de 2021

violência domestica esta sendo subnotificado entenda !

 Violência doméstica violência contra a mulherCasos de violência doméstica estão subnotificados na pandemia

O aumento do feminicídio e das concessões das medidas protetivas são fortes indicadores de subnotificação dos casos de violência contra as mulheres, além do próprio fenômeno da violência doméstica. Pesquisadoras da Universidade Federal do ABC (UFABC) e integrantes da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas (RBMC) explicam que esses dados mostram a importância dos serviços de proteção à mulher, que foram descontinuados com a pandemia e poderiam interromper o ciclo da violência.

“Se a mulher não consegue relatar e obter respostas no primeiro ciclo da violência, nos primeiros níveis desse ciclo, a gente sabe que os quadros obviamente se agravam para feminicídio, que é o ponto final desse círculo”, disse a professora Alessandra Teixeira. De acordo com as pesquisadoras, em artigo divulgado pela Agência Bori, houve aumento de 1,9% dos feminicídios e de medidas protetivas em muitas delegacias e a diminuição de 9,9% de registros policiais de casos de violência contra a mulher, em relação a 2019.

Em São Paulo, de janeiro a abril de 2019, foram registrados 55 casos de feminicídio no estado. No mesmo período de 2020, foram 71 registros. Em 2021, foram 53 assassinatos de mulheres em razão do gênero, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Em relação às medidas protetivas, foram mais quase 47 mil em 2019 e mais de 52 mil registros em 2020. Nos primeiros quatro meses de 2021, o total já ultrapassa 21 mil, a tendência, portanto, é de crescimento para este ano.

O aumento do desemprego com a crise econômica, o maior peso para as mulheres na divisão sexual do trabalho, o fechamento das escolas e o acesso a outras vivências são algumas das questões que impactam a dinâmica de vida das mulheres na pandemia e acabam por afastá-las das redes de proteção. “Já era deficitário e a pandemia provoca uma crise, um déficit ainda maior, aliado ao problema econômico. Com isso a gente vai ter, sem dúvida, um exacerbamento desse quadro [de violência]”, aponta Alessandra.

Desarticulação da rede de proteção

Carolina Gabas, também professora da UFABC, ressalta que a medida protetiva é fundamental, mas não garante que se está dando às mulheres a assistência integral necessária. “A medida [protetiva] não é a única oferta que tem que está ali. A mulher tem que ter os cuidados de saúde para a sua integridade física, às vezes precisa ver a situação das crianças, às vezes precisa do acolhimento sigiloso, às vezes precisa monitorar, por exemplo, uma medida que retire do agressor algum tipo de arma que ele porte”, exemplifica.

Ela destaca a necessidade de que as instituições atuem em rede para promover esse atendimento. “A gente diz que é o trabalho em rede, que envolve o sistema de Justiça, vários setores, uma política intersetorial também, no Poder Executivo e é muito importante que isso esteja articulado com os movimentos sociais”, propõe. A pesquisadora destaca que as ações nos territórios devem contar com o apoio do movimento de mulheres e outras organizações que conseguem alcançar essas questões de forma mais efetiva.

Carolina destaca ainda a necessidade de investimentos e a especialização do atendimento. Ela explica que não se trata necessariamente de um equipamento específico, mas de capacitações para que estruturas como os centros de referência em assistência social e mesmo delegacias possam atender essas mulheres sem que se criem novas vitimizações.

“É o investimento para as redes de serviços que já existem e estar muito atenta a esse aumento da violência, especialmente no contexto de pandemia. E, obviamente, o tipo de financiamento também. O financiamento não é só de campanhas, é um financiamento de atendimento, de você prestar esse serviço a essas mulheres”, defende.

Noticias:https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2021-06/casos-de-violencia-domestica-estao-subnotificados-na-pandemia