Maior
projeto de circulação musical do país começa nesta quinta em Belém
- 13/04/2016 05h56
- Rio de Janeiro
Akemi
Nitahara – Repórter da Agência Brasil
Será lançada amanhã (14) em Belém
(PA) a 19ª edição do projeto Sonora Brasil Sesc, que vai levar até o fim do ano
418 espetáculos a 114 cidades de todos os estados. Os temas escolhidos para o
biênio 2015/2016 foram Violas Brasileiras e Sonoros Ofícios – Cantos de
Trabalho.
O assessor de música do
Departamento Nacional do Serviço Social do Comércio (Sesc), Thiago Sias,
explica que o projeto tem como objetivo difundir o trabalho de artistas que
construíram uma obra não comercial, além de formar plateias pelo contato do
público com música de qualidade e diversificada, principalmente no interior do
país.
“O público já conhece bem o
projeto, até pela carência de programação artística, principalmente dessa
vertente. Muitos já conhecem o projeto a tal ponto que não vão para prestigiar
o grupo ou o músico, mas para prestigiar o Sonora Brasil. Porque sabem que lá
sempre haverá uma apresentação tematizada, de algum elemento que vai contar um
pouco do desenvolvimento histórico da música no Brasil. E vai sempre receber um
grupo que despertará essa curiosidade musical, de uma apresentação
diferenciada, independentemente do artista”.
O projeto teve início em 1998 e
já contou com cerca de 80 grupos, em mais de 4.900 apresentações por todo o
país, que alcançaram 520 mil espectadores. Só no ano passado, foram mais de 50
mil espectadores, que também têm a oportunidade de conversar com os músicos
após as apresentações e conhecer mais os instrumentos utilizados, segundo Sias.
“Esse projeto também tem, em
alguns casos, oficinas, aulas de aperfeiçoamento do instrumento ou até mesmo
palestras sobre a temática. Todas as apresentações, principalmente no tema das
Violas Brasileiras, são semididáticas, todas as músicas são contextualizadas e
os músicos ficam para um bate-papo com o público ao final dos concertos. O
público tem a oportunidade de conhecer, fazer perguntas, tocar nos
instrumentos. No caso das violas, são raras, como a viola de cocho, a de
buriti, a caiçara e a viola machete”.
Além da rede Sesc, as
apresentações ocorrem, por meio de parceria, em locais como escolas, terreiros
e igrejas. Cerca de 80% dos concertos são gratuitos e os demais são a preços
simbólicos, de no máximo R$ 5.
O tema Violas Brasileiras
apresenta cinco variantes do gênero, cada um com características peculiares e
regionais do instrumento. Paulo Freire e Levi Ramiro (SP) representam a viola
caipira/sertaneja; a viola do Nordeste dos repentistas vem com Ivanildo
Vilanova, Antônio Madureira e Cássio Nobre (PE e BA); a viola de concerto será
com Fernando Deghi (PR) e Marcus Ferrer (RJ); e as violas singulares serão
apresentadas por Sidnei Duarte (MT), Maurício Ribeiro (TO) e Rodolfo Vidal
(SP). Os grupos da temática violas vão circular este ano pelas regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, depois de terem percorrido o Sul e o Sudeste no ano
passado.
O tema Sonoros Ofícios – Cantos
de Trabalho inverte a rota e leva para as regiões Sul e Sudeste a expressão
musical relacionada às atividades laborais, presente na cultura brasileira
rural e urbana desde o século 18. As formas tradicionais rurais serão
apresentadas pelos grupos Destaladeiras de Fumo de Arapiraca (AL); Cantadeiras
do Sisal e Aboiadores de Valente (BA); e Quebradeiras de Coco Babaçu (MA). O
grupo Ilumiara (MG), formado por músicos pesquisadores, leva um repertório
recolhido de diversas vertentes.
O concerto de abertura será no Teatro Margarida Schivasappa, às 20h, com a apresentação dos violeiros Fernando Deghi e Marcus Ferrer e do grupo Cantadeiras do Sisal e os Aboiadores de Valente.
O concerto de abertura será no Teatro Margarida Schivasappa, às 20h, com a apresentação dos violeiros Fernando Deghi e Marcus Ferrer e do grupo Cantadeiras do Sisal e os Aboiadores de Valente.
Edição: Graça
Adjuto
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