Sidney: Como é morar na cidade
mais multicultural da Austrália
O estudante de agronomia Felipe
Hickmann aceitou o desafio e foi passar um ano do outro lado do mundo. Saiba o
que ele diz sobre a experiência.
Por
Felipe Hickmann
Meu nome é Felipe, sou estudante
de Agronomia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e bolsista do
programa Ciência sem Fronteiras na University of Technology Sydney, UTS.
Resolvi escrever essa coluna para falar um pouco sobre a minha experiência aqui
na universidade, assim como compartilhar quais são as melhores partes de
realizar um intercâmbio em Sidney, Austrália.
A qualidade da educação
australiana é reconhecida internacionalmente e o país possui várias
universidades entre as melhores do mundo em diferentes rankings. A UTS, onde
estudo, por exemplo, foi classificada como a melhor universidade australiana e
a vigésima primeira colocada global entre as universidades com menos de 50
anos. Localizada no coração de Sidney, a UTS possui mais de 40 mil estudantes
de graduação e pós-graduação de diversas partes do mundo.
Além da qualidade do ensino,
Sidney está entre as 5 melhores cidades do mundo para estudantes, de acordo com
o Ranking QS. E eu concordo! Nas primeiras semanas do meu intercâmbio, o que
mais me chamou a atenção foi a diversidade cultural da cidade. É um ambiente
verdadeiramente multicultural com pessoas de diversas parte do mundo vivendo de
forma harmônica.
Além de melhorar minha fluência
no inglês, o intercâmbio está sendo para mim uma ótima oportunidade de
crescimento pessoal e profissional. Ao longo da minha estadia aqui em Sidney,
tenho buscado dividir apartamentos com pessoas de diferentes países e em
diferentes regiões da cidade, o que me possibilita trocar experiências e
aprendizados sob diferentes pontos de vista.
A metodologia de ensino utilizada
na universidade é muito diferente do que eu estava acostumado no Brasil.
Normalmente, as aulas da graduação são compostas por lectures – aulas
expositivas compartilhadas com diferentes cursos de graduação da instituição
– seguidas de tutorials, com um número reduzido de alunos, visando
aprofundar o conteúdo explorado em sala de aula.
A minha carga horária de aulas é
menor quando comparada com a do meu curso no Brasil. No entanto, as atividades
fora de sala, como a produção dos famosos essays, são maiores. Esta
flexibilidade de horário permite que os estudantes tenham um part-time job
para cobrir o custo de vida elevado de Sidney, além de estimular o aprendizado
de forma autônoma e independente.
Os estudantes podem desenvolver
suas atividades extracurriculares conforme suas respectivas necessidades,
interesses e condições. Para mim, estar na UTS é uma oportunidade única de
desenvolver pesquisa de ponta em parceria com algumas das melhores
universidades do mundo. Por isso, estou focando em trabalhos e projetos de
pesquisa nas áreas de economia rural e sustentabilidade em diferentes cadeias
produtivas. Além disso, junto com o meu grupo de trabalho da UFGRS, também
tenho a possibilidade de desenvolver pesquisas em outras universidades
australianas, como a University of Sydney e a University of Melbourne – gostei
tanto desta última que pretendo realizar lá meu estágio curricular de conclusão
de curso no próximo verão.
Confesso que foi um grupo de
amigos e colegas de curso, no Rio Grande do Sul, que me motivaram a realizar o
intercâmbio. No início, não estava muito confiante, mas acabei mudando de ideia
e aceitando o “desafio”. Não podia ter feito escolha melhor: Sydney está
superando todas as expectativas! Faria tudo de novo, de novo e de novo!