Novo mapa
de rádio de Júpiter revela o que está abaixo das nuvens coloridas
gente, pra mim é arte!
Escrito
por: Equipe de Redação
Ciências e Tecnologia em Astrofísica e
Astronomia, Destaques, Notícias 1 dia ago 1,603 Visualizações
Astrônomos utilizando o Very Large Array no Novo
México produziram um mapa de rádio mais detalhado da atmosfera de Júpiter, revelando o movimento maciço de
gás amônia por trás das bandas coloridas, manchas e nuvens rodopiantes visíveis
a olho nu.
Os pesquisadores da Universidade da
Califórnia em Berkeley mediram as emissões de rádio da atmosfera de
Júpiter em bandas de comprimento de onda onde as nuvens são transparentes. Os
observadores foram capazes de observar a uma profundidade de 100 km (60
milhas) abaixo dos topos das nuvens, uma região inexplorada, onde as nuvens se
formam. As descobertas foram publicadas na edição de 03 de junho de
2016 da revista Science.
Emissões térmicas de rádio do planeta são
parcialmente absorvidas pelo gás amônia. Com base na quantidade de absorção, os
pesquisadores puderam determinar a quantidade de amônia que está presente e em
que profundidade ela está.
O que há embaixo das nuvens de
Júpiter
Ao estudar essas regiões da atmosfera do planeta,
os astrônomos esperam aprender sobre a circulação e formação
de nuvens que são movidas por uma poderosa fonte de calor interna de
Júpiter. Esses estudos também iram lançar alguma luz sobre processos semelhantes
que ocorrem em outros planetas gigantes do nosso sistema solar e sobre
exoplanetas gigantes recém-descobertos em torno de estrelas distantes.
“Em essência, nós criamos uma imagem tridimensional
do gás de amônia na atmosfera de Júpiter, que revelou os movimentos ascendentes
e descendentes dentro da atmosfera turbulenta”, afirma a autora principal
do estudo Imke de Pater.
O mapa
tem uma notável semelhança com as imagens de luz visível tiradas por astrônomos
amadores e pelo Telescópio Espacial Hubble, disse ela.
O mapa de rádio mostra gases ricos em amônia
subindo e formando as camadas de nuvens superiores: uma nuvem de hidros
sulfureto de amônio a uma temperatura próxima de 200 Kelvin (-73
graus Celsius) e uma nuvem de amônia congelada no ar frio a cerca de
160 Kelvin (-103 graus Celsius). Estas nuvens são facilmente
vistas da Terra por telescópios ópticos.
O mapa também mostra que os hotspots – assim
chamados porque aparecem brilhantes nas imagens criadas por rádio e imagens
infravermelhas térmicas – são regiões de pobres em amônia que circundam o
planeta como um cinto ao norte do equador de Júpiter. Entre estes hotspots
estão afloramentos ricos em amônia que trazem amônia da parte mais
profundo no planeta.
O mapa de
rádio criado pelo Very Largue Array da região em torno da Grande Mancha
Vermelha na atmosfera de Júpiter mostra afloramentos complexos de gás de amônia
(mapa superior), que moldam as camadas de nuvens coloridas vistas no mapa feito
pelo Hubble (mapa inferior). Dois comprimentos de onda de rádio são mostrados
em azul (2 cm) e dourado (3 cm), profundidade de sondagem de 30-90 km abaixo
das nuvens.
“Com o rádio, podemos olhar por entre as
nuvens e ver que esses hotspots são intercalados com nuvens de amônia
subindo do fundo do planeta, traçando ondulações verticais de um sistema de
onda equatorial”, afirma o astrônomo da Universidade da
California Michael Wong.
Os mapas finais têm a melhor resolução espacial já
alcançada em um mapa de rádio: 1.300 quilômetros.
“Vemos agora os níveis de amônia elevados como os
detectados pela Galileu em mais de 100 quilômetros de profundidade, onde a
pressão é cerca de oito vezes a pressão atmosférica da Terra, todo o caminho
até os níveis de condensação de nuvens”, afirma de Pater.
Referências
PATER, I. de et al. Peering
through Jupiters clouds with radio spectral imaging. Science, [s.l.], v.
352, n. 6290, p.1198-1201, 2 jun. 2016. American Association for the
Advancement of Science (AAAS). http://dx.doi.org/10.1126/science.aaf2210.
Leia mais em: http://ciencia.me/O93C
Nenhum comentário:
Postar um comentário