Polícia
Civil investiga denúncia de racismo durante a Flip
Publicado
em 29/07/2018 - 15:12
Por Vinícius
Lisboa - Enviado especial* Paraty (RJ)
A Polícia Civil do Rio de
Janeiro abriu nesse sábado (28) um processo de investigação para
apurar uma denúncia de discriminação racial contra uma trabalhadora de uma das
casas da programação parceira da Festa Literária Internacional de Paraty. O
caso foi levado pela vítima à delegacia, mas, segundo a corporação, o delegado
titular da 167ª Delegacia de Polícia (Paraty) registrou a ocorrência como
fato atípico. O termo significa que a ocorrência não está tipificada
criminalmente.
"Segundo o delegado titular,
foi realizado um registro de ocorrência de fato atípico, visto que, segundo a
autoridade policial, não ficou vislumbrado de plano [no momento do registro de
ocorrência] a existência de dolo subjetivo e vontade de injuriar", diz
nota enviada pela assessoria de imprensa da Polícia Civil, que acrescentou que
"o caso segue sendo investigado".
O jornal O Globo noticiou
na sexta-feira que Sara Cristina Trajano da Silva, funcionária da editora
Patuá, denunciou ter sido discriminada pelo diretor da editora da
PUC-SP (Educ), José Luiz Goldfarb. Ambos participavam da programação da Casa do
Desejo, espaço parceiro da programação principal.
De acordo com a reportagem, Sara
conta que Goldfarb disse que "era por causa de pessoas da cor dela que o
mundo estava assim". O jornal carioca também ouviu o editor, que
negou ter dito a frase preconceituosa e
afirmou ter criticado o autoritarismo de pessoas progressistas.
Em nota, a Flip se posicionou
repudiando "todo e qualquer ato de violência, racismo e
discriminação". "Diante do fato, [a Flip] recomendou aos
organizadores da Casa do Desejo que peçam substituição do representante da
editora PUC-SP em seu espaço. A organização da festa literária seguirá no
acompanhamento do caso nos próximos dias", completa a nota.
A Casa do Desejo também se
manifestou por meio de nota e disse estar dando todo o apoio à colaboradora
"que foi desrespeitada enquanto trabalhava para que o evento pudesse
acontecer", narra o texto. "Racismo é um crime que precisamos
combater e estar sempre vigilantes".
*O repórter viajou a convite da EDP, empresa patrocinadora da Flip
*O repórter viajou a convite da EDP, empresa patrocinadora da Flip
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Edição: Juliana
Andrade