Católicos
confeccionam tapetes de Corpus Christi no centro do Rio
Publicado
em 31/05/2018 - 12:53
Por Vinícius
Lisboa - Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro
Católicos de paróquias da
Arquidiocese do Rio de Janeiro trabalham desde o início da manhã de hoje (31)
na confecção dos tradicionais tapetes de Corpus Christi na Catedral Metropolitana
de São Sebastião. Montados com até 60 quilos de sal e serragem coloridos, os
tapetes trazem imagens cristãs, mensagens de fé e a identificação da paróquia
dos autores.
O caminho de tapetes se estende
desde o altar da catedral até a Avenida Chile, de onde o arcebispo Dom Orani
Tempesta estará às 15h30, levando o ostensório com o Santíssimo, que representa
o corpo de Jesus Cristo na fé católica. Na procissão, apenas o arcebispo passa
por cima dos tapetes, enquanto outros sacerdotes e religiosos andam pelas
laterais.
Fiéis confeccionaram tapetes de sal na festa de
Corpus Christi na Catedral Metropolitana, no Rio. (Tomaz Silva/Agência Brasil)
Sentada no meio-fio bem em frente
ao tapete de sua paróquia, a assistente financeira Renata dos Santos, de 40
anos, descansava depois de cinco horas de trabalho para concluir uma imagem de
Nossa Senhora em tons de rosa e roxo. Ela chegou à catedral ainda durante a
madrugada e trouxe o marido e filhos para participar do trabalho.
"Escolhemos as cores lilás e
rosa mais claro para ficar uma coisa mais singela. A gente começa a pedir na
paróquia quatro meses antes a contribuição da comunidade, e trabalha só com o
que é doado", conta ela, que faz parte de um grupo de oito pessoas que
veio da paróquia Nossa Senhora de Fátima, em Tomás Coelho, na zona norte do
Rio.
Fé em Jesus
Este é o oitavo ano em que Renata
participa da montagem do tapete de sua paróquia e, mesmo cansada, sorri ao
falar de sua fé: "Para Jesus, a gente faz sempre o melhor. Uma vez por ano
ainda é pouco, porque ele nos dá sete dias por semana".
O tapete mais próximo do altar é
o da própria catedral, e os cinco tapetes seguintes são de seminaristas da
igreja. A partir daí, os mais de 70 desenhos de sal estão organizados em ordem
de chegada, e os primeiros da fila vieram da Paróquia Nossa Senhora Aparecida,
no Caxambi, também na zona norte. Eles chegaram às 3h30 da manhã, depois de terem
concluído o tapete na rua de sua própria paróquia, à 1h.
"Somos 11, e cada um fica
fazendo uma parte, ajudando a misturar o sal, colocar no desenho. Cada um faz
um trabalho", conta o carteiro Leonardo Soares da Silva de 39 anos.
O desenho do grupo se inspirava
em vitrais e tinha a imagem de uma pomba branca, que representa o Espírito
Santo para os católicos. Para Leonardo, além da fé, uma motivação para
participar é a integração com outras pessoas de dentro e fora da paróquia.
"A gente vai ganhando conhecimento
de outras paróquias, de outros contextos. Cada paróquia tem a sua maneira de
ser".
Um dos organizadores da tradição,
o padre Ramon Nascimento, da Cidade de Deus, usava um microfone para dar avisos
aos fiéis, como não deixar espaços descobertos entre os tapetes e para cobrir
todo o caminho que o arcebispo percorrerá.
"É um momento que emociona", conta ele sobre a procissão. "Estar com Jesus no Santíssimo Sacramento é muito especial. Corpus Christi é Jesus que se doa a nós como alimento e nos convida a nos doarmos uns aos outros", finaliza.
"É um momento que emociona", conta ele sobre a procissão. "Estar com Jesus no Santíssimo Sacramento é muito especial. Corpus Christi é Jesus que se doa a nós como alimento e nos convida a nos doarmos uns aos outros", finaliza.
Edição: Kleber
Sampaio