Luta por
igualdade social é tema da Festa da Literatura Negra em São Paulo
- 16/09/2017 09h10
- São Paulo
Daniel
Mello – Repórter da Agência Brasil
A atriz
Zezé Motta será homenageada na 5ª FinkSampaDivulgação/Ministério da Saúde
A luta por igualdade social será
um dos principais temas da 5ª Festa do Conhecimento, Literatura e Cultura Negra
(FlinkSampa), de 16 a 18 de novembro, na capital paulista. O evento, que cuja
programação foi lançada terça-feira (12), é promovido pela Faculdade
Zumbi dos Palmares e pela organização não governamental Sociedade Afro-Brasileira
de Desenvolvimento Sócio-Cultural (Afrobras). Além dos encontros com escritores
nacionais e internacionais, o festival terá contação de histórias, festival de
curtas-metragens e um palco de samba.
Outro destaque da festa será o intercâmbio com autores de países africanos que falam português. “Eu acho que é o momento de ressaltar a necessidade de sermos lidos lá, de eles conhecerem os nossos autores e vice-versa, de uma interação mais produtiva, de uma expansão dessa identidade para além das fronteiras nacionais. Criar uma comunidade mesmo de países de língua portuguesa”, afirma a curadora Guiomar de Grammont. Entre os convidados estão o ensaísta Francisco Noa, de Moçambique, e o escritor Filinto Elíseo, de Cabo Verde.
Outro destaque da festa será o intercâmbio com autores de países africanos que falam português. “Eu acho que é o momento de ressaltar a necessidade de sermos lidos lá, de eles conhecerem os nossos autores e vice-versa, de uma interação mais produtiva, de uma expansão dessa identidade para além das fronteiras nacionais. Criar uma comunidade mesmo de países de língua portuguesa”, afirma a curadora Guiomar de Grammont. Entre os convidados estão o ensaísta Francisco Noa, de Moçambique, e o escritor Filinto Elíseo, de Cabo Verde.
A proposta de trazer temas atuais,
como as relações da violência urbana e a desigualdade social é, segundo
Guiomar, catalizar essas discussões na sociedade. “A Flink acorda a sociedade
civil, levanta questões que iluminam a consciência em busca de um Brasil mais
igualitário, da retomada das pautas que são essenciais para a população negra,
que é maioria populacional, mas minoria de acesso”, enfatizou Guiomar, que
assim definiu o mote da mostra: “eu quero liberdade”.
Temas sociais
A Flink deste ano homenageará a
atriz Zezé Motta, que interpretou Xica da Silva no cinema, e o romancista e
roteirista Paulo Lins, autor do livro Cidade de Deus, que inspirou o
filme de mesmo nome.
Com Zezé, Paulo Lins e outros convidados, como o escritor Ferrez e o pesquisador Luiz Eduardo Soares, o festival pretende falar sobre temas ligados à situação da população negra no país. “Sobre as comunidades, sobre [o filme] Cidade de Deus, sobre essas realidades que estão apontadas ali: de exclusão e violência. E como a cultura e a educação podem ser as nossas armas para lidar com essas questões, para fazer com que o mundo se transforme”, ressalta Guiomar, ao falar sobre as possibilidades de discussão que a programação da Flink pretende abrir.
Com Zezé, Paulo Lins e outros convidados, como o escritor Ferrez e o pesquisador Luiz Eduardo Soares, o festival pretende falar sobre temas ligados à situação da população negra no país. “Sobre as comunidades, sobre [o filme] Cidade de Deus, sobre essas realidades que estão apontadas ali: de exclusão e violência. E como a cultura e a educação podem ser as nossas armas para lidar com essas questões, para fazer com que o mundo se transforme”, ressalta Guiomar, ao falar sobre as possibilidades de discussão que a programação da Flink pretende abrir.
“Nós estamos lutando ainda para
ter igualdade social e racial. A gente sabe que o Brasil é o país que mata mais
negros no mundo, sempre matou. A gente sabe da guerra da escravidão. A gente
sabe que hoje o negro ainda está no escalão baixo da sociedade: a guerra
continua”, acrescenta Paulo Lins, ao comentar a posição social da população
negra e a importância de uma produção cultural vinda desse lugar para a
sociedade brasileira.
Para o escritor, a conquista de
espaços como a Flink e o crescimento do número de artistas são frutos da luta
social ao longo das últimas décadas. “Autores negros existem desde que o Brasil
é Brasil. Mas, agora, com a luta que sempre existiu e vai continuar, muita
gente negra está na literatura.”
Na opinião de Lins, as artes são
uma forma de enfrentar a violência do racismo e disputar espaço na sociedade. “A
cultura é amor, paz, reflexão, inteligência. E a gente quer igualdade social.
Quando a gente faz isso, a gente fala que é uma luta, mas não é uma luta
armada. Merecia uma luta armada, mas o amor é melhor. Então, a gente fazendo
cultura é uma forma de dar um beijo para acabar com essa guerra”, concluiu.
A programação completa da
FlinkSampa pode ser vista na página do evento.
Edição: Nádia
Franco