segunda-feira, 14 de novembro de 2016

I Feel Love, saudades eternas



"Não imaginávamos que 'I Feel Love' revolucionaria a dance music", Moroder relembra Donna Summer


Do UOL, em São Paulo
17/05/201314h03 ATENÇÃO, É TEXTO DE 2013!!!




  • Ignacio Aronivich/Folhapress ,Cantora Donna Summer durante apresentação, em 1995, no Olympia, em São Paulo

Neste mesmo 17 de maio, em 2012, o mundo musical perdia uma das rainhas da dance music, a cantora Donna Summer morria vítima de um câncer no pulmão. Nesta sexta, o produtor Giorgio Moroder, agora de volta com música no novo álbum do Daft Punk, comentou a criação do hit "I Feel Love", em entrevista ao site Idolator. 
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"Ninguém, inclusive eu, pensava que poderia tornar-se um sucesso tão grande e revolucionar o uso de sintetizadores no mundo da dança eletrônica", diz Moroder sobre o hit.

Sobre a cantora, ele relembra seu último ano tentando combater a doença. "A coisa que eu mais sinto falta sobre Donna é a vitalidade que ela se cercou", reflete. "Ela estava sempre pronta para uma piada, mesmo nos últimos meses, nunca indicando que estava sofrendo. Ela até tentou me convencer a perder peso com a dieta especial [que ela estava]."

"I Feel Love" foi gravada em 1977 no álbum "I Remember Yesterday" e era considerada futurista na época em que foi lançada, gravada com sintetizadores e uma orquestra. Em entrevista a Brian Eno, David Bowie disse que a primeira vez que ouviu a faixa "tinha ouvido o som do futuro". "É isso, não procure mais nada. Este single vai mudar o som da música para os próximos 15 anos", comentou Bowie.

A música já ganhou versões de outros artistas famosos, como Madonna, Red Hot Chili Peppers e Franz Ferdinand, que sempre inclui a faixa em seus shows. Até novembro de 2012, a faixa já tinha vendido um milhão de cópias só no Reino Unido. 

Donna Summer esteve no Brasil em 2009 com a turnê do disco "Crayons", seu primeiro álbum de inéditas em 17 anos, cujo single "Stamp Your Feet" colocou a cantora novamente no topo da parada norte-americana. Nas músicas mais recentes, ela deixou de lado a disco music de 30 anos atrás e fez soarem mais próximas de cantoras atuais, como Rihanna, Beyoncé ou Pink.

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Summer --cujo nome na identidade era LaDonna Adrian Gaines-- lançou seu primeiro single em 1971 sob o nome de Donna Gaines. A faixa era uma versão de "Sally Go 'Round the Roses", do grupo de mulheres The Jaynetts. No ano seguinte, ela se casou com o ator austríaco Helmuth Sommer, de quem adotou o sobrenome e alterou para "Summer". Com ele, a cantora teve sua primeira filha em 1973. O casal se separou tempos depois.

O primeiro disco, "Lady of the Night", veio em 1974. Boa parte do sucesso de Donna Summer nos anos 1970 foi dividido com o produtor italiano Giorgio Moroder. O trabalho da dupla ajudou a definir a era disco e serve até hoje de influência para nomes da música pop e eletrônica. Juntos, eles gravaram sucessos como "Last Dance", "Love to Love You Baby", "I Feel Love" e "Bad Girls". Outro clássico de Donna Summer é "Hot Stuff" (1979), que fez parte da trilha sonora da novela "Avenida Brasil", da TV Globo.

A carreira de Donna Summer foi coroada com cinco prêmios Grammy, incluindo os de melhor performance vocal feminina em rock e melhor gravação dance, e seis prêmios American Music Awards. Apelidada de "Rainha da Disco Music", a própria cantora  chegou a zombar da nomeação em uma música de seu último álbum. "Foi um jeito de rir do fato dessa imagem de rainha ter prevalecido por tanto tempo", disse ela na época do lançamento sobre a música "The Queen is Back".

Em julho do ano passado, ela se reuniu em um estúdio de Los Angeles com seu sobrinho, o rapper e produtor O'Mega Red. Juntos, eles lançaram a música "Angel".

Além da música, Summer também se aventurou no cinema. Em 1978, ela atuou no filme "Até que Enfim é Sexta-Feira" como uma cantora aspirante de disco. Na década de 1990, Summer ainda apareceu na série de TV "Family Matters". Nos anos 80, Donna Summer se casou com o vocalista do grupo The Brooklyn Dreams, Bruce Sudano, com quem teve duas filhas.

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A cantora Donna Summer durante apresentação no antigo Olympia, em São Paulo (1995) VEJA MAIS > Imagem: Ignacio Aronivich/Folhapress

quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Arquivos historicos



Instituto Moreira Salles adquire arquivo dos Diários Associados






  • 25/10/2016 22h54
  • Rio de Janeiro
Paulo Virgílio - Repórter da Agência Brasil
Detentor de importantes acervos autorais de fotógrafos e artistas brasileiros, o Instituto Moreira Salles (IMS) acaba de ampliar seu trabalho de preservação nessa área para a fotografia de caráter jornalístico. A instituição acaba de adquirir o arquivo de três antigos jornais cariocas que pertenceram à cadeia Diários Associados, império de comunicação criado por Assis Chateaubriand (1892-1968),  dobrando, de 1 milhão para 2 milhões de imagens, o seu acervo fotográfico.

O grupo, que não mais edita jornais na cidade do Rio de Janeiro, estava à procura de uma instituição que cuidasse bem do acervo e o IMS manifestou seu interesse em acomodar a coleção. O arquivo reúne fotos produzidas para  O Jornal, criado em 1919, comprado por Assis Chateaubriand em 1924 e que circulou até 1974, Diário da Noite, fundado por Chatô em 1929 e editado até 1964, e Jornal do Commercio, lançado em 1827, incorporado aos Diários Associados em 1957 e publicado até abril deste ano.

Guardado há três anos em um prédio no bairro de São Cristóvão, na região central do Rio, o acervo será transferido no próximo mês para a Reserva Fotográfica do IMS, na Gávea, zona sul da cidade. O material - cerca de 300 mil negativos e 700 mil imagens em papel - está bem mantido e organizado como um arquivo de jornal.

Na avaliação do IMS, o conjunto de imagens mais representativo deve ser o que corresponde ao período entre 1930 e 1970, quando o grupo Diários Associados foi muito ativo e manteve a agência de notícias Meridional, para atender aos jornais e às revistas que publicava, a principal delas O Cruzeiro.

Para o coordenador de fotografia do IMS, Sergio Burgi, as imagens que estão nesse tipo de arquivo transcendem, em muito, o que foi publicado nos jornais. “Os arquivos têm um material superior ao que está nas páginas impressas, uma visão mais rica e ampliada. Se os arquivos não são preservados, perdem-se esse material e essa riqueza”, disse.

Entre as imagens que se destacam nos acervos, há importantes conjuntos que retratam o universo cultural carioca – música, teatro, carnaval –, além de figuras políticas, como Getúlio Vargas, Carlos Lacerda e outras personalidades que fizeram a história do século 20. “Há um material muito interessante de esportes, por exemplo, com a documentação da viagem da seleção brasileira de 1938”, disse Burgi.

Desde 1995, o Instituto Moreira Salles vem atuando na formação e na preservação de seu acervo fotográfico, iniciado com as coleções Gilberto Ferrez e de Pedro Corrêa do Lago, dedicadas ao século 19. O acervo foi enriquecido depois com a coleção do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, com imagens da década de 1930, e a de Marcel Gautherot, que retrata o Brasil das décadas de 1940 a 1980.
Edição: Fábio Massalli