O público vaia Chico Buarque e Tom Jobim.
É o fim de uma época
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Reedito esta matéria para imortalizar de fato. É um conhecimento de quem viveu bastidores e que conheci apenas lendo seu blog. Pena que nossa música hoje seja apenas ecos dissonantes daqueles tempos.
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Na
madrugada de 29 de setembro de 1968, uma vaia de dez minutos foi dirigida,
Mais
do que o desfecho infeliz de um evento artístico, esse inesperado e
contundente repúdio de 20 mil pessoas àqueles que eram, respectivamente, um
dos papas da bossa-nova e a maior revelação da nova MPB, marcou o fim de uma
época.
Dois
meses e meio depois, no dia 13 de dezembro, desceriam sobre o País as trevas
do Ato Institucional nº 5. E, com o esvaziamento imposto às artes, seria
exatamente a canção favorita do público daquele festival que se imortalizaria
como símbolo da resistência ao totalitarismo: "Pra Não Dizer Que Não
Falei de Flores" (ou, simplesmente, "Caminhando"), de Geraldo
Vandré.
Canto
do cisne do período de maior efervescência musical que o País já conheceu, o
III Festival Internacional da Canção, da Rede Globo, transcorreu em meio a
passeatas que degeneravam em batalhas campais, mortes de opositores da
ditadura, denúncias de torturas, ações armadas da esquerda, atentados dos
grupos para-militares de direita.
O mês
já começara mal, pois, logo no dia 2, o deputado federal Márcio Moreira
Alves, numa sessão quase deserta do Congresso, proferiu o fatídico discurso
que acabaria sendo o pivô da decretação do AI-5.
O
então influente Jornal da Tarde (SP), naquele final de 1968, dia após dia
dedicava suas manchetes e principais matérias ao “terrorismo”, fazendo
alarmismo para enlouquecer a classe média e favorecer a linha dura militar na
luta interna em que se decidia o rumo do regime.
Ambiente
de festival - Este clima já se refletira na eliminatória paulista, que teve
lugar no Tuca - Teatro da Universidade Católica de São Paulo, no dia 15 de
setembro. Foi quando os baianos apresentaram composições que faziam uma
correção de rumo no tropicalismo. Ao lançarem-no, no ano anterior, pareciam
pregar o desengajamento dos jovens da política revolucionária, por que não?
O
modelo 1968, entretanto, veio fortemente influenciado pela Primavera de
Paris, o movimento neo-anarquista que levou a França às portas da revolução.
Aliás,
foi um slogan das barricadas parisienses o ponto-de-partida da composição
inscrita por Caetano Veloso no III FIC: “É proibido proibir”. O estribilho já
veio pronto, mas os versos que ele criou foram corrosivos, geniais: “Me dê um
beijo, meu amor/ Eles estão nos esperando/ Os automóveis ardem em chamas/
Derrubar as prateleiras/ As estantes, as estátuas/ As vidraças, louças,
livros, sim/ E eu digo sim/ Eu digo não ao não/ Eu digo, é proibido proibir”.
Gilberto
Gil seguiu o mesmo diapasão em “Questão de Ordem”, enfocando situações
vividas pelos contestadores agrupados nas comunidades alternativas da Europa:
“Se eu ficar em casa/ Fico preparando/ Palavras-de-ordem/ Para os
companheiros/ Que esperam nas ruas/ Pelo mundo inteiro/ Em nome do amor”.
A
maior parte da esquerda brasileira, entretanto, via com desconfiança esse
anarquismo de classe média do 1º mundo; e com franca hostilidade as roupas
coloridas, os cabelos desgrenhados, oa utilização das sacrílegas guitarras
elétricas. Preferia os ritmos nativos, do samba carioca à riqueza musical
nordestina; e o visual bem comportado, com os intérpretes se apresentando
discretamente para não atrapalharem a compreensão da mensagem que os versos
transmitiam. Era esta a tendência majoritária na eliminatória paulista.
Quando
da reapresentação das cinco escolhidas para a final da fase brasileira,
marcada para o Rio de Janeiro, Caetano Veloso, que já estava indignado com a
não-classificação da música de Gil, explodiu de vez, face às ensurdecedoras
vaias que o impediam de reapresentar adequadamente “É Proibido Proibir”.
Então,
enquanto os Mutantes continuavam tocando uma trilha musical improvisada,
Caetano fez um longo discurso, que foi depois lançado em disco com o título
de "Ambiente de Festival". Eis alguns trechos:
– Mas,
é isso que é a juventude que diz que quer tomar o poder? Vocês têm coragem de
aplaudir este ano uma música, um tipo de música que não teriam coragem de
aplaudir no ano passado. Vocês são a mesma juventude que vai sempre, sempre,
matar amanhã o velhote inimigo que morreu ontem.
– Quem
teve a coragem de assumir a estrutura do festival e fazê-la explodir (...)
foi o Gilberto Gil e fui eu.
– O
problema é o seguinte: vocês estão querendo policiar a música brasileira.
–
Gilberto Gil está comigo pra nós acabarmos com o festival e com toda a
imbecilidade que reina no Brasil. Nós, eu e ele, tivemos coragem de entrar em
todas as estruturas e sair de todas estruturas. E vocês? Se vocês forem em
política como são em estética, estamos feitos.
Chico
e seu sábia intemporal - A finalíssima, no Maracanãzinho, iniciada no sábado
(28 de setembro) e seguindo pela madrugada de domingo adentro, apresentou
algumas músicas de qualidade superior. Como “O Sonho”, estréia daquele que
seria um dos maiores nomes da MPB na década seguinte. O Jornal da Tarde (SP)
se referiria ao ”menino Egberto Gismonti” como “um talento”, destacando a
letra de “O Sonho” como a melhor dentre as inscritas por compositores que não
atuavam
Os
Mutantes compareceram com um trabalho de qualidade e impacto, “O Caminhante
Noturno”, um dos ápices do seu início de carreira, com Rita Lee se
apresentando fantasiada de noiva grávida (Arnaldo Dias Baptista foi de
cavaleiro medieval e seu Irmão Sérgio, de toureiro). O sexto lugar não lhes
fez justiça.
Toquinho
e Paulo Vanzolini foram prejudicados pelo clima de festival, com platéia e
júri tomados por emoções fortes, sem paciência para apreciar a sutileza e
cristalina beleza de “Na Boca da Noite” (“Cheguei na boca da noite, parti de
madrugada/ Eu não disse que ficava nem você perguntou nada/ Na hora que eu ia
indo, dormia tão descansada/ Respiração tão macia, morena nem parecia/ Que a
fronha estava molhada”).
Vista
retrospectivamente, a sua classificação em oitavo lugar, atrás de “Andança”
(Danilo Caymmi e Edmundo Souto, 3º), “Passacalha” (Edino Krieger, 4º), “Dia
da Vitória” (Marcos e Paulo Sérgio Valle, 5º) e “Dança da Rosa” (Maranhão,
7º) nos dá um testemunho eloqüente sobre a incompetência do júri mais vaiado
da história dos festivais.
Outras
injustiçadas: “Canção do Amor Armado”, concepção grandiosa de Sérgio Ricardo,
relegada a um irrisório nono lugar; “Oxalá”, ótima elaboração de uma história
de capoeiristas, de autoria de Théo de Barros; e “América, América”, épico
com que César Roldão Vieira reverenciou a figura mítica de Che Guevara.
Bela e
intemporal, "Sabiá" é de uma safra
Após o
sucesso estrondoso de "A Banda", ele insistiu na linha lírica e
nostálgica, com "Carolina", "Bom Tempo" (para quem,
cara-pálida?) e "Bem-Vinda", tornando-se, nos festivais, uma
espécie de antítese da esquerda convencional e também da anarquia
tropicalista. Até Nelson Rodrigues, então o próprio arquétipo do reacionário,
tinha palavras de elogio para Chico. Isto explica a vaia finalmente por ele
recebida, depois de atravessar incólume vários festivais.
Não
sem motivo, Chico Buarque se penitenciaria mais tarde, com a autocrítica
“Agora Falando Sério” (“Agora falando sério/ Eu queria não mentir/ Não queria
enganar/ Driblar, iludir/ Tanto desencanto/ E você que está me ouvindo/ Quer
saber o que está havendo/ Com as flores do meu quintal?/ O amor-perfeito,
traindo/ A sempre-viva, morrendo/ E a rosa, cheirando mal”).
Vandré
e sua profissão de fé - "Caminhando" foi composta numa fase terrível
para Geraldo Vandré, que estava rompido com as emissoras de maior audiência
junto ao público de MPB (TV Record e rádio Jovem Pan), amargando uma
desilusão amorosa, sendo hostilizado e gelado pelos estudantes de esquerda.
Fora-lhe
muito danosa a publicação de uma foto no jornal Folha da Tarde (SP), na qual
aparecia abraçado a Abreu Sodré, ajudando-o a escafeder-se do palco armado na
praça da Sé, após ser apedrejado por manifestantes.
Governador
de São Paulo por obra e graça da ditadura, Sodré tentara falar num ato
comemorativo do 1º de maio, sendo surpreendido por uma reação organizada
pelos movimentos operários do ABC e de Osasco, com o apoio dos estudantes.
Vandré
era amigo do governador, que, inclusive, o esconderia mais tarde no próprio
Palácio dos Bandeirantes, quando a repressão o perseguia. Mas, claro,
preferia que essa ligação perigosa não se tornasse de domínio público. A mim
e a alguns companheiros secundaristas, semanas depois, deu uma desculpa
esfarrapada: “Estava bêbado. Não me lembro de nada do que fiz naquele dia”.
Devem-se
às pressões que ele enfrentava, portanto, a comovente sinceridade com que
reafirmou nessa canção os valores nos quais acreditava profundamente, à sua
maneira romântica. Foi um Vandré machucado que subiu ao palco para cantar seu
hino revolucionário, acompanhado apenas pelo próprio violão.
Talvez
nem ele mesmo imaginasse o impacto que a "Caminhando" teria,
acarretando-lhe tanta notoriedade quanto sofrimento. O certo é que, tido como
artisticamente morto, Vandré enfrentou e venceu o maior desafio de sua
carreira. Por conta disto, passou definitivamente à condição de mito, mas foi
destruído como pessoa.
A vida
não se resume em festivais - “Sabiá”, de Tom Jobim e Chico, na interpretação
de Cynara e Cybele, foi a surpreendente vencedora. O grande repórter Walter
Silva, que esquecera um gravador ligado na sala de deliberação, revelou
depois na Folha da Tarde (SP) que o presidente do júri, Donatelo Grieco,
pressionou os demais jurados, advertindo-os de que os militares não aceitariam
a vitória de “músicas que fazem propaganda da guerrilha”, como “Caminhando” e
“América, América”.
A
ameaça podia ser exagerada, mas o mal-estar causado na caserna por
"Caminhando" foi bem real, por causa da estrofe "há soldados
armados, amados ou não,/ quase todos perdidos, de armas na mão./ Nos quartéis
lhes ensinam antigas lições,/ de morrer pela pátria e viver sem razões".
Os militares chegaram a promover entre as tropas um concurso de versos que
respondessem à "Caminhando", tendo Samuel Wainer sido pressionado
(em troca de um favor recebido) a publicar no jornal Última Hora (SP) uma
reportagem paparicando a medíocre poesia vencedora.
Quando
a preferida do público foi anunciada em segundo lugar, o Maracanãzinho
explodiu numa monumental vaia (a maior da história dos festivais), entremeada
de gritos de “Vandré!” e “é marmelada!”. Tom depois comentou com Chico, que
escapou da saia justa por estar em viagem pela Europa: "Foi como se o
Corcovado tivesse caído sobre mim".
Mesmo
distante, Chico sentiu duramente o golpe. Iniciava-se nesse momento a guinada
que o levaria a tornar-se o principal expoente artístico da resistência à
censura na década seguinte.
Havia
motivo para a indignação da platéia. Reprimindo uma manifestação de rua,
soldados tinham submetido estudantes a terríveis humilhações (chegaram a
urinar sobre os jovens rendidos e a bolinar as moças). Isto despertou
indignação generalizada na cordialíssima cidade maravilhosa. O FIC aconteceu
logo depois e os cariocas adotaram "Caminhando" como desagravo.
Vandré teve muito mais torcida lá do que
Por
mais que tentasse, ele não conseguiu convencer o público a respeitar Chico,
Tom e as duas meninas do Quarteto em Cy, direcionando sua ira apenas contra o
"júri que ali está". E, com clarividência, proferiu a frase
célebre: “A vida não se resume em festivais”. Só não adivinhou que seria uma
das primeiras vítimas da vida pós-festivais, quando os holofotes da arte não
conseguiriam mais espantar as trevas.
Em
alguns bairros da Zona Sul, as pessoas saíram às janelas quando Vandré bisava
a “Caminhando” e cantaram junto, a plenos pulmões, descobrindo uma comunhão
cimentada pela dor e revolta – que tão cedo não se repetiria, pois logo
baixou sobre o País a paz dos cemitérios.
O Fino
da Bossa - "Foi um período em que todo mundo estava junto. Aquele
corredor da TV Record, aquelas salas de espera. O que pintou de música ali, o
que se improvisou, o que se brincou, o que se fez de coisas que ninguém tinha
visto! O que se discutiu, o que se chegou a uma conclusão. Era todo mundo
segurando a coisa de braços dados e com muito amor." O depoimento de
Elis Regina dá bem uma idéia do que foi a época de ouro dos festivais e do
programa O Fino da Bossa, entre 1965 e 68.
Depois
de a bossa-nova haver irrompido no fim dos anos 50 como a primeira
manifestação musical da classe média emergente sob o desenvolvimentismo de
JK, houve um refluxo e parte de seus expoentes procuraram dar novo fôlego ao
movimento por meio de parcerias com sambistas do morro (Pixinguinha/Vinícius,
Carlos Lira/Zé Keti, etc.). Já Sérgio Ricardo, Edu Lobo e Nara Leão tendiam
mais para o engajamento político.
Quando
houve o golpe militar, a repressão sobre sindicatos, grêmios estudantis e
associações civis levou a uma valorização da música como oportunidade de
reunião e palco de catarse (nos primeiros tempos não se censuravam shows,
discos e até programas de TV). A fermentação musical nessas noitadas de
boêmios e estudantes moldou uma extraordinária fornada de novos talentos, os
quais, pouco a pouco, foram encontrando espaço para mostrar sua produção.
Primeiramente
foram as noitadas de música popular promovidas pelo radialista Walter Silva
no Teatro Paramount, no centro de São Paulo. O sucesso desses espetáculos foi
notado pelo produtor Solano Ribeiro, que idealizou o 1º Festival da Música
Popular, realizado no Guarujá (litoral sul paulista), em abril de 65, pela
extinta TV Excelsior. Nele se deu a revelação de Elis Regina (cantora) e Edu
Lobo (compositor), vencedores com "Arrastão". Curiosamente, passou
despercebida "Sonho de um Carnaval", composição do então
desconhecido Chico Buarque, que Vandré defendeu.
A
poderosa TV Record imediatamente contratou Elis Regina e lhe entregou o
comando do programa O Fino da Bossa (depois só O Fino), que estreou no dia 17
de maio de 1965 e foi apresentado semanalmente até 21 de junho de
Seria
Bandidos
contra disparatados - No primeiro festival promovido pela Record, em
setembro/outubro de 66, houve o empolgante duelo entre "A Banda" de
Chico Buarque e a "Disparada" de Theo de Barros e Vandré, com ambas
dividindo o primeiro lugar, para perplexidade das torcidas ruidosas e em
número quase idêntico, de bandidos e disparatados. Enquanto isso, Caetano
Veloso estreava com "Bom Dia" (interpretada por Maria Odete) e recebia
o prêmio de melhor letrista.
Em
setembro de 67, o festival seguinte da Record serviu para lançar o
tropicalismo, com "Domingo no Parque" (de e com Gilberto Gil,
acompanhado pelos Mutantes) e "Alegria, Alegria" (que o autor
Caetano Veloso cantou junto com os Beach Boys).
Houve,
além disso, o 2º festival da TV Excelsior, em junho de 66, vencido por Vandré
com "Porta-Estandarte"; os I (66) e II (67) FIC, inexpressivos e
que serviram apenas para introduzir Milton Nascimento, que encaixou três
composições na final do II FIC: "Travessia" (2º lugar), "Morro
Velho" (7º) e "Maria Minha Fé"; e até uma Bienal do Samba, que
a TV Record promoveu no início de 68, com a vitória de "Lapinha",
de Baden Powell e Paulo César Pinheiro.
O
exemplo de O Fino da Bossa fez com que surgissem vários outros programas com
artistas do mesmo elenco original, dispersando-os e enfraquecendo o movimento
como um todo: Bossaudade, que reunia a velha guarda sob o comando de Elizeth
Cardoso; Elza Soares e Germano Mathias; Pra Ver a Banda Passar, com Chico
Buarque e Nara Leão; Show em Si-Monal; Disparada, com Geraldo Vandré; Ensaio
Geral, com Gil, Bethânia e Marília Medalha; e, já em 68, Divino, Maravilhoso,
com os tropicalistas.
Da
mesma forma, brotaram festivais como cogumelos: o Universitário da Canção da
TV Tupi, que revelou Ivan Lins, Gonzaguinha e Aldir Blanc; o de música
carnavalesca, o do violão, etc. Até um festival de presidiários houve...
Ovo de
Páscoa da trivialidade moderna - Em
"Quando
os políticos estavam ameaçados - explicou certa vez Chico Buarque - a música
ocupou um espaço que não era dela. Depois todo mundo pôde falar novamente,
ressurgiram as oposições articuladas, fazendo com que o papel do músico como
porta-voz, como messias, diminuísse. Em certo momento, shows substituíram
comícios. Hoje, felizmente, há liberdade para todo mundo se manifestar, então
o artista não precisa preencher essa função."
Se
Chico Buarque gostou de se ter livrado dessa carga, Gilberto Gil já deu
declarações em que recordava os velhos tempos com simpatia: "Não vamos
mais nos defrontar com aquele talento nu, selvagem, como tribos que invadiram
a cidade. Não existirão outras afirmações como a nossa - minha, de Caetano,
da Bethânia. Há embriões de talento real nas pessoas que estão aparecendo
agora, no meio desse ovo de Páscoa da trivialidade moderna. Mas, a coisa já
nasce com características de produto. O que vier daqui pra frente, virá em
contêineres, dentro daquelas caixas superarrumadas".
* Celso Lungaretti, 57 anos, é jornalista e escritor. Mantém os blogs O Rebate, em que disponibiliza textos destinados a público mais amplo; e Náufrago da Utopia, no qual comenta os últimos acontecimentos. http://celsolungaretti-orebate.blogspot.com/ e http://naufrago-da-utopia.blogspot.com/ |